Em algumas ocasiões a   palavra de um homem vale mais do que uma rubrica em um pedaço de papel. Mas não   é o caso do futebol, que não respeita nem assinatura de   contrato. 
                    
                   Ricardinho, por exemplo, ao se transferir do Corinthians para o   São Paulo, em 2002, assinou uma cláusula dizendo que caso saísse do Tricolor   antes do término do acordo e quisesse jogar em um clube brasileiro, teria de   esperar o período de um ano ou pagar uma multa com valor   pré-determinado. 
                    
                   O meia, tido e havido como bom-moço por toda a imprensa,   foi para a Inglaterra e depois de seis meses voltou para o Santos. Entrou na   justiça contra o São Paulo, ganhou e não precisou pagar a multa. 
                    
                   Já o   volante Magrão faz parte daqueles que “morrem pela boca”. Em sua época de   Palmeiras, o jogador chegou a afirmar que nunca vestiria a camisa do   Corinthians, nem de brincadeira. Meses depois era apresentado como novo reforça   do Timão. 
                    
                   Algo parecido aconteceu com o técnico Émerson Leão, que sempre   se gabou de não romper seus contratos de trabalho. Até abandonar o São Paulo no   meio da Libertadores de 2005 alegando ter de “ajudar um amigo no   Japão”. 
                    
                   E é o que está acontecendo agora com o lateral-esquerdo Júnior,   que deixou o São Paulo após término de contrato e acertou com o Atlético   Mineiro, comandado hoje por Émerson Leão.  
                    
                   Pouca gente se lembra, mas, em   2005, no programa Cartão Verde, da TV Cultura, Júnior afirmou com todas   as letras que nunca mais trabalharia com Émerson Leão devido aos problemas que   teve com o ex-goleiro na época em que ele comandava o São Paulo. E que não tinha   medo de afirmar isso, pois já estava no final de sua carreira e não precisava   mais provar nada pra ninguém. 
                    
                   Júnior tem o direito de não querer mais   trabalhar com esse ou aquele atleta, técnico ou dirigente? Sim, tem! Ele tem   direito de afirmar o que ele quiser, onde ele quiser e como ele quiser? Tem   também! Mas se não vai cumprir, pra que o incisivo e veemente   discurso? 
                    
                   De duas uma: ou ele fica quieto e pode mudar de opinião sem ser   criticado, ou ele fala e cumpre o que prometeu! O que não dá é ficar fazendo   discursinho para agradar esse ou aquele e depois recuar. E isso vale pra   Júniors, Leões, Ricardinhos e Magrões. 
                    
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