| Não sei quanto a vocês, mas estou sentindo que  2008 está passando muito rápido e não consegui realizar metade daquilo que me propus na virada do ano. Afinal, o que está acontecendo com o tempo?  A resposta você vai saber lendo o texto que recebi de um amigo virtual, escrito por Airton Luiz Mendonça e publicado no jornal "O Estado de São Paulo", e que passo a compartilhar com todos.
 
 O cérebro humano   mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você   dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem   relógio… você começará a perder noção do tempo.
 Por alguns dias, sua mente   detectará a passagem do tempo sentindo as reações  internas do seu corpo,   incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão   sangüínea. Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do   movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos   cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Compreendido este ponto, há outra coisa   que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita   fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem   entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o   cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior   parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do   dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica   muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente   mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente   colocando suas reações no modo automático e “apagando” as experiências   duplicadas. Se você entendeu   estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando   ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Quando   começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção   parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha,   olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.    Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você   não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe   qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no   lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras, você não   vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos   de troca de marcha, leitura de placa…São apagados de sua noção de passagem do   tempo… Quando você começa a   repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme   envelhecemos, as coisas começam a se repetir:  as mesmas ruas, pessoas,   problemas, desafios, programas de televisão, reclamações… enfim… as experiências   novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu   dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta   coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no   ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras,   o que faz o tempo parecer que acelera é a … R O T I N A…. Não me entenda mal. A   rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas   ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um   só capítulo, repetido todos os anos. Felizmente há um   antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque). 
                 MUDE, fazendo algo   diferente e MARQUE, fazendo um   ritual, uma festa ou registros com fotos.  MUDE de paisagem,   tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e,   preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e MARQUE   com fotos, cartões postais e cartas. Use e abuse dos rituais para tornar   momentos especiais diferentes de momentos usuais.  Faça festas de noivado,   casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário   de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com   60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites   diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro   novo.  Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.   Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados   diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja   diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá   com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras   culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos… em outras   palavras… V-I-V-A.  Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai   parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a)   a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais   interessante e muito mais vivo do que a maioria dos livros da vida que   existem por aí.  Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de   lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas   diferentes. Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. 
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