| 
            Ninguém pode afirmar se Ronaldo antecipou sua aposentadoria   pelas pressões extra-campo ou não. Porém, alguns elementos na   história da relação entre torcida e time podem ajudar a entender   a situação que levou o camisa 9, e também Roberto Carlos, a   deixarem o time. 
               
             O atacante Edílson, que em 2000 foi   ameaçado por torcedores depois da derrota para o Palmeiras nas   semifinais da Libertadores da América, viveu situação   semelhante. Campeão brasileiro pelo Timão em 98 e 99 e do   Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, Edílson decidiu encarar o   protesto, que aconteceu no estacionamento do Parque São   Jorge.  
              
             Em entrevista exclusiva, por telefone, para A Tribuna, o   jogador disse ter sido "o único a tomar atitude de sair do   vestiário para encarar a confusão. Tinha muita gente   querendo aparecer, mas apesar das ameaças e xingamentos, entrei   no meu carro e ninguém fez nada comigo. E eu já achei aquilo   um absurdo". Para o ex-atacante, só há uma maneira de   solucionar o problema: a conquista da tão sonhada Libertadores.   "Os torcedores são tão obcecados por isso que   não medem as consequências de seus atos. A   torcida do Corinthians passa por cima de seus ídolos".  
              
             Ele   acredita que nem mesmo nomes de destaque amenizariam o problema:   "Quem chegar ao clube com esse objetivo e falhar, passará pela   mesma coisa. Se for algum atleta já consagrado então, pior   ainda" Edílson é apenas um dos exemplos da história   centenária do Timão a sair de forma conturbada.  
              
             O primeiro   caso de destaque foi o do meia Roberto Rivelino, ídolo do   clube, onde atuou de 1965 a 1974. Rivelino saiu depois da   perda do título estadual de 74. Foi para o Fluminense e fez   três gols contra o ex-clube logo na estreia pelo time carioca,   que venceu a partida por 4 a 1. Lá também foi campeão, o que   não conseguiu no Corinthians. 
               
             Outro ídolo recente que sofreu   com a ira da torcida foi o argentino Carlitos Tevez, campeão   brasileiro pelo Timão no Brasileirão de 2005. O jogador saiu no   ano seguinte, após a derrota para o River Plate, no Pacaembu,   que eliminou o time da Libertadores daquele ano. Sem clima, teve   seu carro chutado por torcedores que também o xingaram, após   um jogo contra o Fortaleza, no Brasileirão de 2006. Foi,   então, negociado com o West Ham, da Inglaterra.  
              
             DIRETORIA  
             Edílson credita o que aconteceu com ele   ao amadorismo das diretorias: "Era para o que aconteceu comigo   servir de exemplo. Se não, daqui a pouco pode até acontecer   coisa pior" Em entrevista ao jornalista Bruno Vicari, da Rádio   Jovem Pan, o ex-volante Vampeta também disparou contra   diretores do clube: "O Ronaldo estava dormindo (no avião, no   retorno do time da Colômbia) e teve membro da diretoria que o   acordou com palavras agressivas". O jogador acredita ser essa   pressão o real motivo da saída de Roberto Carlos e Ronaldo.  
              
             Fonte: Jornal A Tribuna  |